Neste mês de dezembro, no dia 5, completou um ano a adoção do canteiro da Praça Duque de Caxias pelo Portal Santa Tereza Tem e Park Idiomas, em parceria com o projeto Mãos à Praça (MAP), idealizado pela moradora do bairro, Júlia Marques, e o projeto Adote o Verde da prefeitura, por meio da Regional Leste.
Com a saída da escola Park Idiomas, por questões internas, o Portal Santa Tereza Tem assumiu sozinho o trabalho de plantio, adubação e cuidados com as roseiras, espécie escolhida como uma homenagem à padroeira do bairro, Santa Teresinha, a santa das rosas, já que em sua representação pictórica ela carrega nos braços um ramalhete dessas flores.
Cuidar das roseiras foi uma experiência e tanto, em que pude conviver com pessoas dotadas de espírito comunitário, que doaram mudas, adubo e me trouxeram palavras de ânimo. Emocionei-me com o cuidado que os moradores de rua dispensaram ao canteiro e também os funcionários da prefeitura na Praça, como o Douglas e a Alzira. Nenhum deles tinha o dever de cuidar dos canteiros, mas o faziam voluntariamente, por prazer e para ver o espaço bonito. Afinal, a Praça é onde pulsa o coração de Santa Tereza.
Mas também pude vivenciar o pior da humanidade, o egoísmo, quando pessoas aparentemente de bem, simplesmente arrancavam as mudas como se delas fossem. Como uma senhora justificou uma vez, ao ser flagrada junto com o marido, roubando várias roseiras: é público, vou levar e plantar em meu jardim. Explicamos que público é de todo mundo, é para que todos usufruam. Que ali estava investido tempo, dinheiro e energia de voluntários. Mas não adiantou, a senhora levou as roseiras mesmo assim. No total foram plantadas cerca de 80 mudas O pessoal levava uma, eu replantava duas. Batia desânimo, mas sou teimosa. Por fim, quem tinha de levar levou e sobraram 36.
No carnaval, a prefeitura cercou os canteiros com uma tela alaranjada, (horrível por sinal), aumentando a proteção a essas 36 restantes, que com as últimas chuvas se desenvolveram mais rapidamente. Como elas estão crescidas a cerca foi retirada e já estão florindo e enchendo o local de cor e vida. É boa a sensação de dever cumprido, quando passo por lá ou estou cuidado do canteiro e ouço as pessoas comentando que está bonito. E não nego, lá no fundo sinto um orgulho danado pelo trabalho feito.
Parafraseando o poeta português Fernando Pessoa, que escreveu “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, eu digo que tudo vale a pena quando é por uma boa causa, não importa o tamanho dela.
Guardiã da Praça
Nossa gratidão aos funcionários Regional Leste, à Associação Comunitária dos Moradores de Santa Tereza, ao Santa Leitura na Praça, à Floricultura Domiminus, à Paróquia de Santa Tereza. ao Padre Márcio, a Júlia Marques do MAP, a Lívia do Park Idiomas e a diversas pessoas, que anonimamente contribuíram de uma forma ou de outra.
Um agradecimento especial à Alzira Maria Gomes, que cuida da limpeza da Praça. Muito da beleza das roseiras se deve a ela, , a quem eu chamo de “Anjo da guarda da Praça”. Apesar de não ser obrigação sua cuidar das plantas, ela dedica-se voluntariamente a tirar ervas daninhas das roseiras e dar bronca em que pisa no canteiro ou arranca alguma rosa.
Alzira faz isso não só nas roseiras, mas também nos outros canteiros. Às vezes a roseira está meio caidinha, ela chega e conversa com ela: “o que você tem menina? Alegria, nada de tristeza. Vou cuidar de você”. E por aí vai a conversa. Não é que passo lá no outro dia e a roseira está toda empinadinha?
Por que você faz isso Alzira, se não faz parte de seu trabalho e você não recebe a mais por isso? “Eu gosto das plantas, de conversar com elas. A natureza é coisa de Deus. Quem sabe as pessoas vendo a gente cuidar, elas aprendem a respeitar? E mais, dou bronca mesmo quando vejo alguém maltratando alguma planta aqui”.
Obrigada Alzira por ser a guardiã da nossa Praça!