A arte urbana no Viaduto Santa Tereza - Santa Tereza Tem
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A arte urbana no Viaduto Santa Tereza

Apesar de estar ainda em obras e de os banheiros não terem sido abertos ao público, o Viaduto acolhe a arte urbana da cidade

viaduto duelo marly copy

A cada edição do duelo comparece um público estimado em mil pessoas, segundo a organização.

Mesmo em obras, o Viaduto Santa Tereza segue como marco de manifestações culturais. Hoje, das 21h às 23h, uma edição especial do Duelo de MCs abre a Fusion Concept Latin American Pre-Selection. O Fusion Concept Latin America (Fusion Concept Latin American Pre Selection, no Facebook) é um evento internacional de danças urbanas que tem sua primeira edição no Brasil.

O Duelo de MCs, realização do Coletivo Família de Rua, tem ocorrido aos domingos, a cada 15 dias, mas hoje será a vez de relembrar as clássicas noites de sexta-feira, quando os encontros fizeram história no local. Às batalhas de rimas improvisadas vão se juntar o pocket show do MC Dmoro e os DJs Eddy Alves e LB.

Hoje ainda tem a roda de samba do Samba da Meia Noite, na Rua Aarão Reis, ao lado do Viadutos,a partir das 11h55.  Samba da Meia Noite é um grupo formado por 12 artistas, cinco dançarinas, dois sambadores, quatro percussionistas e um puxador, mostrando para o público, que é convidado a entrar na roda, o samba de terreiro do Recôncavo Baiano

Ainda sem os banheiros públicos 

 O último duelo de MCs, domingo passado, no espaço sob o viaduto, aconteceu mais uma vez com os banheiros públicos, apesar da reforma ter sido concluída, inoperantes. De acordo com o integrante do Coletivo Família de Rua, que organiza o duelo, Pedro Valentim, a abertura dos sanitários estava prevista na entrega da primeira fase das obras de recuperação do viaduto, mas isso ainda não aconteceu. Resultado: paredes, ruas e passeios têm servido de mictório público enquanto oito banheiros (dois deles com chuveiros) permanecem fechados.

viaduto banheiro

Tapumes protegem oito banheiros, dois deles com chuveiros. Sanitários foram recuperados mas estão inoperantes

 De acordo com a Secretaria Municipal de Obras Púbicas, por meio da Sudecap, os banheiros só serão reabertos e entregues à população na inauguração das obras, o que está previsto para o segundo semestre (a superintendência não informa uma data mais precisa). Segundo a superintendência, os banheiros não poderão ser reabertos antes para evitar prejuízo na garantia das obras pela companhia executora. Na prática, como não há definição de quem seria responsável pela manutenção e segurança dos banheiros e qualquer estrago não seria reparado pela construtora.

Resta a opção de colocação de banheiros químicos. Para o licenciamento do evento de hoje não foi preciso requisitar banheiros químicos, de acordo com Pedro Valentim, pois o público previsto é de até 300 pessoas. Nos duelos quinzenais de MCs, segundo Valentim, a média de público é de 1 mil pessoas. De fevereiro até agora já foram feitos 11 duelos.

 O organizador afirma que existe um compromisso por parte da Belotur, junto à Coordenadoria da Juventude, de fornecer os banheiros químicos, o que não tem ocorrido. “É lamentável que isso. As pessoas usam os muros e o lugar fica com um cheiro horrível”, diz Pedro, garantindo ter um documento da Belotur garantindo oito banheiros químicos a cada evento. Além da falta de banheiros, o local ainda não tem iluminação. Procurada pelo Santa Tereza Tem, até agora, a Belotur não se posicionou sobre a falta de banheiros químicos.  

As obras  

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Canteiro de obras do projeto de revitalização do viaduto: atraso no cronograma inicial

 A revitalização do viaduto, projeto que demanda recursos no valor total de R$ 3.999.509,16 deveria ter sido concluída no segundo semestre do ano passado, mas apenas uma parte foi terminada. A posição oficial da superintendência, por meio de nota, é de que “a reprogramação do cronograma de execução da implantação do Circuito de Esportes Radicais Santa Tereza e Recuperação Estrutural do Viaduto se deu em virtude da elaboração de um projeto de iluminação para a parte superior do tabuleiro e da necessidade de se estender o tempo para a recuperação do guarda-corpo e dos passeios”. Não foi disponibilizado um porta-voz para falar com o Santa Tereza Tem.

 Até agora, conforme a Sudecap, além dos sanitários, foram feitas as reformas do piso, quadra de basquete, drenagem, piso em concreto, obstáculos para pista de skate e arquibancada, assim como concluída a recuperação das juntas de dilatação e calçada portuguesa. Estão em andamento a recuperação estrutural do guarda-corpo, com aplicação de revestimento em pó de pedra nele e nos arcos; execução da rede elétrica e iluminação; pintura dos pilares; execução de guarda-corpo e corrimão metálico; recuperação estrutural do tabuleiro.

A arte de Lídia Viber no Viaduto

 As danças de rua, os duelos de MCs e o grafite integram a cultura e a linguagem do hip-hop. Grafiteira desde 2005, Lídia Viber foi a segunda este ano, além de Raifon Lucas, a deixar sua marca registrada em uma das pilastras do Viaduto Santa Tereza. Enquanto MCs duelavam, Lídia dava vazão à onda de misturar figuras humanas com animais. “Acho que eles são uma extensão do que falta na gente”, define. A coruja, por exemplo, significa sabedoria, ensina ela.

 Lídia já fez várias exposições em espaços de Belo Horizonte e apresentou seu trabalho na Bienal Internacional de Grafite, em maio, em São Paulo, e no Encontro Internacional de Kolirius e Grafite, em Macaé (RJ).

Ela prepara exposição de telas e aquarelas para outubro, na Urban Arts, localizada no Bairro Savassi. “Sempre fui muito caseira e o grafite foi uma oportunidade de ir para a rua, expressar minhas ideias”, diz. Ela lembra que BH tem grafiteiros de qualidade, como Fhero, Surto, Ed Mun e da Lata, mas a arte urbana não é valorizada em forma de patrocínios ou verbas públicas como em São Paulo, por exemplo. O grafite estará presente mais uma vez no próximo duelo de MCs, dia 28.

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As danças de rua, os duelos de MCs e o grafite integram a cultura do hip-hop. Lídia Viber deixou sua marca registrada em uma das pilastras do Viaduto Santa Tereza. Atualmente, ela está numa onda de misturar figuras humanas com animais. “Acho que eles são uma extensão do que falta na gente”, define. A coruja, por exemplo, significa sabedoria. O grafite estará presente mais uma vez no próximo duelo de MCs, dia 28.

 Fotos de Marlyana Tavares

 

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Além do concreto, uma visão romântica do viaduto Crédito da foto: Marlyana Tavares

 

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Skatistas aproveitam o vão livre próximo ao palco para fazer evoluções Crédito da foto: Marlyana Tavares

 

 

 

 

 

 

 

 

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