A cada dia o Movimento Salve Santa Tereza recebe mais adesões de moradores do bairro que se mobilizam pela preservação e ampliação da ADE – Área de Diretrizes Especiais – conquistada em 1996 pela população. A ADE é a lei que protege as características históricas, culturais e arquitetônicas do bairro.
No dia 25, no Oásis, uma aula pública foi organizada pelo Movimento Salve Santa Tereza, para esclarecer a comunidade sobre as diversas operações urbanas pretendidas pela prefeitura e que, se concretizadas, em futuro próximo irão descaracterizar o bairro. A apresentação foi feita pelos moradores e integrantes do Salve Santa Tereza, a arquiteta e urbanista, Karine Carneiro e o advogado, Joviano Mayer.
Foram esclarecidas dúvidas sobre a Operação Urbana Consorciada (OUC), que prevê um conjunto de intervenções urbanísticas para a cidade, inclusive em Santa Tereza. Outro ponto debatido foi o Viurbs, o programa de estruturação viária para a cidade, que prevê a abertura e alargamento da Rua Conselheiro Rocha, (a rua do Bar do Orlando e da Parada do Cardoso), que seria transformada em uma via de trânsito rápido. Projeto que irá ocasionar a desapropriação de centena de imóveis e tranformar o local em área de passagem. Foi também discutida a flexibilização da ADE pelo Conselho de Política Urbana (Compur), para permitir a instalação da Fiemg no mercado .
Para Isinho Benfica, ambientalista e morador do bairro, a ideia da aula foi ótima, pois é importante que todos compreendam o que é a ADE e sua importância para a qualidade de vida da comunidade. Além disso, “é preciso conhecer sobre o assunto para que cada um possa tomar uma posição e não ser massa de manobra nem de grupos e nem da prefeitura”.
Adilson Antonio de Lima, há 68 anos vive em Santa Tereza, na mesma casa, à Rua Quimberlita, para onde veio com quatro anos. Ele comenta que a aula foi esclarecedora sobre o que está ocorrendo e ressaltou que a união das associações representativas do bairro ao Salve Santa Tereza mostra que a comunidade está unida pela sua preservação. “Não podemos permitir que as características urbanas do bairro, tão caras a nós, sejam destruídas. “Somos privilegiados, pois o bairro é central e ao mesmo tempo isolado, pois não serve de passagem para outras regiões, grande parte dos moradores são nascidos aqui e é como duma cidade do interior. E isso tudo está sendo mantido até hoje por causa da ADE. Sua destruição é inadmissível!”
Participaram ainda, além dos moradores, representantes da Associação dos Bares e Restaurantes de Santa Tereza (Abreste), Elias Brito e Murilo Albernaz e da Associação Comunitária do Bairro Santa Tereza, Ibiraci do Carmo, que reafirmaram o apoio das entidades ao Salve Santa Tereza na luta pela preservação da ADE.
Estiveram presentes também o vereadores Pedro Patrus e Dilson Rezende, que têm dado o apoio político necessário, para as ações que dependem da Câmara Municipal.
Reuniões e visita ao mercado
O Movimento Salve Santa Tereza, segundo Karine Carneiro, realiza encontros semanais com os moradores para que todos possam saber o que está ocorrendo e que basta chegar e participar. E todos são bem vindos, pois o movimento não tem vínculos com partidos políticos e pertence a todos os moradores. O próximo encontro será na terça-feira, dia 31, às 19h, na praça Duque de Caxias.
Karine convidou a quem puder, para participar da visita técnica ao Mercado, na segunda-feira, dia 30, às 11h. A abertura do Mercado, que já está ocupado pela Fiemg, foi reivindicada pelos moradores, durante a Audiência Pública, realizada no Clube Oásis, no dia 04 de setembro.
Fotos/Crédito: Conceição Amaral
Matérias relacionadas:
Audiência Pública:moradores rejeitam quebra da ADE
Comissão aprova demanda do Salve Santa Tereza
Mais de cem pessoas se reúnem em frente ao mercado
