Ideias e coragem para colocá-las em prática, são coisas que não faltam ao guitarrista internacionalmente conhecido, Toninho Horta.
Mais recentemente, assumiu o desafio de reunir músicos da época do Clube da Esquina e os músicos jovens ligados aos antigos integrantes do movimento mineiro, que nasceu em Santa Tereza e ganhou o Brasil e o mundo.
Assim, foi formado o grupo “As Cores do Clube”, que toca com arranjos originais canções de Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges, Fernando Brant, Márcio Borges, Wagner Tiso,entre outros.
Os ensaios são abertos, gratuitos e realizados em diversos espaços públicos da cidade, como no último dia 5, na Praça Duque de Caxias, com direito a “repeteco”, amanhã, dia 11, a partir das 16h.
Toninho explica que a ideia é juntar músicos como Telo Borges, Paulinho Carvalho, Beto Lopes, Tattá Spalla e nova geração formada por Ian e Gabriel Guedes, filhos de Beto Guedes, Rodrigo Borges, filho de Marilton Borges e Tutuca Tiso, sobrinho de Wagner Tiso. “É uma forma de homenagear os 40 anos do Clube da Esquina e levar música às ruas”, comenta.
Em agosto, o grupo se apresenta no Colégio Arnaldo, onde Toninho Horta estudou – e em outros espaços com datas ainda a serem divulgadas. Em setembro, As Cores do Clube fará sua estreia em um grande show no Teatro Bradesco, partindo depois para turnê nacional.
Belo-horizontino, nascido na Floresta e morador do Horto, Toninho Horta, músico autodidata, começou a tocar, aos nove anos, incentivado por seu irmão, também músico, Paulinho Horta.
Logo integrou-se à turma da esquina de das ruas Divinópolis com Paraisópolis e ganhou mundo, tocando com inúmeros cantores e grupos como Elis Regina, Gal Costa, Nana Caymmi, Elis Regina, João Bosco, Michael Franks, Manhattan Transfer Group, Astrud Gilberto, Lisa Ono, Kenny Baron, Pat Metheny, Eliane Elias, Lisa Ono, Akiko Yano, George Duke, Rudi Berger, Peter Madson, Kenny Baron, entre outros.
Além de shows pelo Brasil e exterior, vem ao longo de sua carreira desenvolvendo diversos projetos, como a produção do “Livrão da MPB”, a “menina dos olhos”, como diz ele. São quatro volumes, que trazem 700 partituras de obras de 300 compositores brasileiros, contando a evolução musical do Brasil nos últimos 185 anos. Segundo ele, “a pesquisa está pronta e agora estou correndo atrás dos recursos necessários para cobrir os direitos autorais e a impressão”.
Projetos é que não faltam. “Aqui-Ó Jazz” é um deles, que ao longo dos anos, vem divulgando o jazz e promovendo a popularização da música instrumental em Minas Gerais. É realizado por meio de palestras, oficinas e festivais. Inclui ainda a produção de um DVD documentário, tendo seu irmão, Paulinho Horta, como homenageado. Paulinho, já falecido, foi um dos músicos que influenciou a turma do Clube da Esquina. “Bebemos na melhor fonte musical da década de 50”, diz Toninho sobre seu irmão.
Alguns discos estão para ser lançados ainda este ano com a cantora Alaíde Costa, com a Orquestra Fantasma, o Minas Tokyo, já lançado no Japão, e o disco Japa, com o grupo Shink ken, formado por Liminha (baixo), Marcus Suzano (percussão) e Jacques Morelembaum (violoncelo). Os dois últimos foram gravados em homenagem ao Japão, onde o músico tem público cativo com teatros lotados. Ainda em preparação, há uma coletânea de CDs, homenagenando os 30 países, onde já se apresentou e foi recebido de braços abertos
Haja fôlego, pois ainda este mês de julho ele irá se apresentar nos Estados Unidos, na Itália e em Belo Horizonte.
Segundo o músico, a energia para tanta atividade, apesar dos seus 64 anos, é manter a cabeça de 20, além de se espelhar na força dos 104 anos de sua mãe, dona Geralda.
É por ela e para acompanhar mais de perto a família, os filhos, Luísa e Manuel, e o netinho Inácio, que ele pretende deixar um pouco a vida de cigano, diminuir os shows no exterior e ficar mais em Belo Horizonte. Bom para sua família e, de quebra, para o público mineiro.
Arquivo do músico 
Com os filhos Manuel, Luisa e o neto Inácio / Eliza Peixoto 
As Cores do Clube / Cristiano Quintino
