Patrimônio cultural protege Santa Tereza |BH
Logo

Patrimônio Cultural protege Santa Tereza

Patrimônio Cultural protege Santa Tereza e define diretrizes de preservação

Patrimônio Cultural protege Santa Tereza

Após análise, Conselho votou por unanimidade proteção do Santa Tereza

Texto e fotos: Brígida Alvim

Patrimônio Cultural protege Santa Tereza, desde a tarde de quarta-feira, 4 de março, quando foi aprovada, numa votação unânime pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, a Proteção do Conjunto Urbano do Bairro Santa Tereza e suas diretrizes. A proposta foi ovacionada pelo Conselho, depois de assistir ao detalhamento do estudo, visualizar imagens do bairro e ouvir manifestações favoráveis de moradores presentes na sessão.

Com objetivo de preservar as características tradicionais de Santa Tereza, o documento elaborado pela Diretoria de Patrimônio Cultural de Belo Horizonte indica o tombamento de 288 edificações (residências, comércios, mercado distrital) e quatro praças do bairro – Duque de Caxias, Cel. José Persilva, Ernesto Tassini e Marechal Rondon. O próximo passo será iniciar o processo de tombamento individual de cada edificação protegida.

 Da esq. para direita, Ilca e Rafa, do Movimento Salve Santa Tereza e João Bosco, presidente da ACBST

Ilca, Rafa e João Bosco, da ACBST e Salve Santa Tereza

“É uma conquista histórica para os moradores, pois representa a vitória de uma luta de mais de 20 anos”, disse, emocionado, João Bosco Alves de Queiroz, presidente da Associação Comunitária do Bairro Santa Tereza (ACBST). “Representa um marco para a história e para a memória, tanto do bairro como da cidade. E vale destacar que se trata da proteção do conjunto histórico de um bairro de operários e militares, que se construiu à margem da Avenida Contorno”, acrescenta Rafa Barros. Ambos são membros do movimento Salve Santa Tereza, que arrecadou 2.500 assinaturas no bairro e estimulou a Diretoria de Patrimônio a finalizar o dossiê de proteção iniciado em 2008 .

Casas construídas no início do séc. XIX caracterizam Santê

Construções do início do séc. XIX caracterizam Santê

Ao descrever as características de Santa Tereza, a Chefe da Divisão de Pesquisa, Inventário e Documentação da Diretoria de Patrimônio Cultural, Françoise Jean, destacou, entre outros pontos: “a pureza arquitetônica das casas, que mescla diversos estilos, notando-se uma liberdade na aplicação de cada um deles; o grande número de edificações com varanda, janelas e portas sem afastamento frontal, que remetem a um contexto social dos anos 1940; a vista da Serra do Curral de alguns pontos mais altos do bairro que funcionam como mirantes; e a presença de pequenas praças, que são fundamentais para os encontros e a sociabilidade entre as pessoas”.

Leônidas José de Oliveira, presidente da Fundação Municipal de Cultura, ressaltou: “O aspecto de maior representatividade na proteção do conjunto arquitetônico de Santa Tereza é a possibilidade de preservar o patrimônio imaterial contido nessas edificações, que são as histórias, o ar interiorano que elas proporcionam e fazem com que o bairro se pareça com um oásis dentro da cidade, assim como o valor afetivo que representam para os moradores do bairro e da cidade”.

Intervenções devem ser autorizadas

Casas simples e originais tornam o bairro único

Casas simples e originais tornam o bairro único. À direita, o ateliê de Marina Sepúlveda, na rua Eurita

A partir de agora, os imóveis indicados já estão protegidos e por isso os moradores deverão procurar a Diretoria de Patrimônio sempre que pretenderem fazer mudanças e restauração na casa. Dentre os benefícios para os proprietários estão a isenção do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e o acesso a leis de incentivo à cultura do município, estadual e federal para obtenção de recursos via incentivo fiscal.

A moradora e artista plástica Marina Sepúlveda comemora a conquista. Ela tem um ateliê na Rua Eurita,  230, em uma casa de 1923. E, apesar de não ser dona do imóvel, tem o maior cuidado e respeito em valorizar a história da família de seu Felipe Ogando, o proprietário, cujos pais vieram da Espanha e construíram a casa. “O tombamento é muito importante, pois se começarem a construir prédios atrás de prédios, vamos perder o DNA do bairro; trocar a história pela urbanização.  Por enquanto, Santa Tereza tem conseguido salvar suas casas simples, sua arquitetura e cultura do início de sua fundação, ao contrário de vários bairros de Belo Horizonte. Nossa característica são as casas mais simples e cada uma guarda um pouco de como viviam as pessoas naquela época. Como moradora fico muito feliz com essa garantia de proteção!”, declara.

Tire suas dúvidas

A Diretoria do Patrimônio Cultural dispõe de equipe técnica para atender aos moradores e esclarecer informações sobre a Proteção do Conjunto Urbano do Bairro Santa Tereza e suas diretrizes. Telefone: 3277-5011. Link para o Diretoria do Patrimônio Cultural

 Link relacionado

Anúncios