De volta Quem Ama Não Mata - Santa Tereza Tem
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De volta Quem Ama Não Mata

De volta Quem Ama Não Mata: reedição do ato contra o feminicídio nesta sexta-feira, dia 09, em Belo Horizonte

Mais uma vez as mulheres, que se reuniram em 1980, no movimento “Quem Ama Não Mata” para manifestar contra os inúmeros crimes passionais e contra a impunidade dos criminosos naquela época, saem às ruas, no dia 9 de novembro, sexta-feira, às 18h, na Praça Afonso Arinos. Passou o tempo, mas a barbárie não. As mulheres continua sofrendo violências, sendo assassinadas apenas por ser mulher.

A manifestação visa chamar a atenção, denunciar e contextualizar a violência às mulheres, que tem sido manchete de jornais em todo país diariamente.  Neste momento, uma mulher está sendo vítima de violência e feminicídio (assassinato em função do gênero) no Brasil. De acordo com as estatísticas do Relógio da Violência do Instituto Maria da Penha, a cada 7,2 segundos   uma mulher é  vítima de violência e  feminicídio  no país  .

A organização do ato convida toda população, inclusive os homens, para fazer parte desta luta, que é de todo mundo. Anote na agenda: dia 9 de novembro, às 18h.

Quem ama não mata segunda edição

A proposta do Movimento  é reunir maior número possível de entidades e grupos representativos da luta pelos direitos da mulher, incluindo estudantes, sindicatos, associações de classe, dentre outros, e do público em geral.

A organização ressalta que o  #QANM (Quem Ama Não Mata) é um movimento feminista, antirracista e essencialmente político. Contra qualquer tipo de discriminação e preconceito religioso, racial, capacitista, de gênero e de orientação sexual.

A Praça Afonso Arinos, em frente à Escola de Direito da UFMG, foi escolhida para a manifestação por sua localização, facilidade de acesso e simbologia política que aquele espaço representa, já que é ponto de encontro de manifestações políticas e culturais desde o século passado.

Para cobrir os custos para a realização da manifestação estão sendo vendidas camisetas e foi aberta uma “vakinha” virtual. Para contribuir basta acessar o link www.vakinhavirtual.com.br
As camisetas estão sendo vendidas https://www.facebook.com/quemamanaomata2/

Histórico do movimento
Na década de 80, os crimes contra as mulheres eram classificados pela imprensa como “crimes passionais” e os advogados dos criminosos, que ficavam impunes,  alegavam “legítima defesa da honra”.

Na primeira foto a manifestação de 1980;
Foto: Vera Gocoy Na segunda, o ato se repete em 1/11/2019
. Foto :Fernando Rabelo

Assim, de forma pioneira, mulheres mineiras realizaram um ato público nas escadarias da Igreja São José, no centro de BH, para denunciar a violência específica sofrida por mulheres. O ato reuniu cerca de 400 mulheres de várias idades, e inscreveu as questões de gênero na agenda de discussões da redemocratização do país, pois era ainda o período da ditadura militar.

A manifestação ganhou repercussão nas mídias local e nacional, e tornou conhecida a frase “Quem Ama Não Mata”. Caiu o regime militar, foram criadas as Delegacias de Mulheres, a Lei Maria da Penha, a lei que reconhece como tal o femincídio, entre outras conquistas, mas a violência contra as mulheres, após 38 anos da realização da primeira edição, permanece – e cresce, especialmente  entre as mulheres negras, segundo os registros do Instituto Maria da Penha. Não são apenas assassinatos, mas também estupros, agressões físicas e psicológicas, vividos por mulheres de todas as idades, inclusive crianças.

Por isso o movimento está de volta. O lançamento simbólico da campanha foi na escadaria da igreja São José, no dia 1º de novembro,  reuniu algumas das pioneiras que participaram e organizaram a primeira edição do Quem Ama Não Mata.

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