O roubo do lustre da casa de seu Geraldo - Santa Tereza Tem
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O roubo do lustre da casa de seu Geraldo

O roubo do lustre da casa de seu Geraldo, uma das mais antigas do bairro, em total desrespeito ao patrimônio histórico do bairro e à propriedade alheia.

Como de costume, seu Geraldo Fernandes (85) está no seu posto de observação da Rua Mármore, na área contígua à varanda de sua amada casa amarela, quando pára um homem e acontece o seguinte diálogo:
-Boa tarde.
-Boa tarde.
– Eu quero comprar aquele lustre da varanda.
-Ele não está à venda.
-Mas eu quero comprar assim mesmo. Quanto quer por ele?
– Não está à venda por nenhum dinheiro. Tem valor sentimental. Faz parte da casa onde nasci e que, para meu orgulho, é tombada pelo Patrimônio Histórico. Ela é parte da história de Santa Tereza e da minha vida.

O homem desconhecido insiste mais uma vez e como a resposta é negativa, vai embora. Em sua ingenuidade, seu Geraldo não se preocupou em saber quem era a figura, porque queria comprar o lustre.

Dez dias depois, está seu Geraldo, pela manhã, novamente em seu lugar preferido, o posto de observação da Rua Mármore, quando olha para o teto da varanda da casa, não vê o lustre. Ele se levanta, olha de novo e não pode acreditar, simplesmente sumiu. Cortaram os fios, rente ao forro de madeira e levaram a peça embora.

Ele procura a polícia, faz a queixa, mas não acredita muito na ação dela. “Não deram muita importância ao fato, pois é “apenas” o furto de um lustre. Não me importo de fazer justiça a quem roubou, só quero meu lustre de volta. A casa guarda um século de história e, principalmente da minha história, e a trancos e barrancos, com todas as dificuldades financeiras, procuro preservar.  Parte dela foi cortada com um alicate.  Estou indignado e arrasado”, lamenta ele.

Seu Geraldo  pede para que os leitores reparem bem na foto, e quem vir o lustre em alguma varanda, em alguma casa ou em lojas de antiguidade para a venda, que entre em contato com ele, que será recompensado. E ao Patrimônio ele pergunta se há alguma forma de ajudar na busca pela peça histórica.

Vai aqui um recado para quem levou o lustre: devolva o que você tirou e que não lhe pertence, pois está deixando seu Geraldo cada vez mais triste quando olha para o teto e não o vê. É uma questão de humanidade, pois pra ele tem um valor sentimental inestimável. Entre sorrateiramente, de madrugada, e coloque no chão da varanda, nem precisa ter o trabalho de repor no teto, de onde tirou.

Contato: 3243.0397.

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