A retirada dos alunos do tradicional Colégio Imaco do imóvel na Praça da Liberdade, devido a problemas estruturais, pode repercutir em Santa Tereza, pois a Secretária Municipal de Educação (Smed) cogita transferir a escola para o prédio da antiga Escola Estadual Pedro Américo, à Rua São Gotardo.
A história começou com um laudo da Defesa Civil sobre as rachaduras que apareceram no imóvel do Imaco, à Rua Gonçalves Dias, 1818, Lourdes, orientando a prefeitura, já que a escola é municipal, a providenciar a reparação do problema. Representantes da Secretaria Municipal de Educação, no dia 20 de março, em reunião os pais e a direção da escola, comunicou então a transferência dos 780 alunos, para o antigo prédio da FAFICH, à Rua Carangola, no bairro Santo Antonio. E em uma segunda etapa para a ex- Escola Pedro Américo.
Os dois prédios em questão também necessitam de reparos. No imóvel da FAFICH foram feitas adaptações para receber os alunos, até que sejam realizados reparos na Escola Pedro Américo, que está fechada há um bom tempo.
Os pais dos alunos não estão satisfeitos com as soluções apresentadas e questionam sobre a real necessidade de fechar o prédio da Rua Gonçalves Dias, pois segundo eles o laudo da Defesa Civil não propõe interdição do imóvel, mas a sua reforma. Camilla Muller, mãe de uma aluna de sete anos, denuncia as más condições da FAFICH: “o local não atende as diretrizes educacionais e de segurança mínima. Já foi encontrado escorpião no prédio, há entulhos, salas de aula adaptadas sem acústica devida, banheiros sujos. Sem falar do transtorno de mobilidade e locomoção. A maior parte dos pais não tem condições de levar e/ou buscar os filhos sem prejuízos em casa ou no trabalho, tanto no Santo Antonio quanto em Santa Tereza. A questão é que a Prefeitura pode estar aproveitando para retirar os alunos da Praça da Liberdade, para atender às reclamações, já divulgadas até na imprensa, dos moradores no entorno da escola sobre o barulho feito pelas crianças”.
O Santa Tereza Tem procurou ouvir algum representante do SMED, especialmente sobre a mudança para Santa Tereza, já que quando aqui funcionou temporariamente a Escola Estadual Barão de Macaúbas, havia muitas reclamações dos moradores sobre o trânsito, já que as ruas do bairro são estreitas e não comportam grande número de veículos.
Perguntamos sobre o tipo de reforma será feita no prédio, se há algum estudo sobre impactos no trânsito e se a mudança será definitiva. A Assessoria de Imprensa do órgão informou que por enquanto não tem como fornecer essas informações e nos foi enviado um comunicado, que publicamos abaixo:
“A medida (transferência para a FAFICH) foi tomada para imediata retomada do atendimento escolar, evitando, assim, prejuízos ao ano letivo dos alunos. Além desta medida, a Smed vai iniciar uma obra de reforma e manutenção de um prédio do município, localizado no bairro Santa Tereza, onde já funcionou uma escola estadual, que poderá receber todos os alunos da Escola Municipal Imaco. Ao fim das intervenções de melhoria neste prédio, uma nova reunião com os pais e servidores da escola será marcada para nova avaliação do atendimento aos estudantes.
Sobre o transporte escolar, a Smed entregou a todos os pais presentes um formulário para a análise da demanda de cada estudante, de maneira que, a partir do estudo desses dados, será possível programar o atendimento do transporte escolar para esses alunos”.
Visita técnica
A comunidade do Imaco está se mobilizando para que seja encontrada uma solução, que atenda os as necessidades educacionais dos alunos e o problema do transporte, já que eles moram região central e sul.
A pedido dos pais, os vereadores Gilson Reis (PCdoB) e Professor Wendel (PSD) da Comissão Permanente de Educação, marcaram uma visita técnica ao imóvel da Rua Gonçalves Dias, para o dia 27 de março, às 10h. E uma Audiência Pública será marcada para breve.
