O lançamento do livro Noites Pretas, dia 29 de junho, a partir das 19h, no Foyer Augusto de Lima do Sesc Palladium, marca a estreia da jornalista Jalmelice Luz. Uma produção independente, o livro sai pela Páginas Editora, com capa de Sinésio Bastos e apresentação do escritor Carlos Herculano Lopes. O livro de 148 páginas, que apresenta jornada de jovem negro pelo mundo da arte, custa o preço simbólico de R$ 30,00.
Jalmelice Luz é natural de Diamantina e conta que desde a infância acalentava o sonho de colocar no papel suas ideias, influenciada pelos livros de Cecília Meireles, Jorge Amado e Machado de Assis. “Sempre fui uma leitora voraz e aos 11 anos já lia esses autores, escondida, porque ler os livros deles era proibido. Mas desde criança escrevo, só que para mim”, comenta ela.
Veio para Belo Horizonte, aos 17 anos estudar jornalismo e trabalhou em vários jornais como nos extintos Diário de Minas e Jornal de Minas, no Estado de São Paulo e no Estado de Minas. Atuou também em assessoria de imprensa de entidades sindicais e movimentos sociais. Período em que o sonho de se tornar uma escritora, não só de reportagens, ficou adormecido.
A partir de sua experiência no jornalismo ficou mais fácil despertar esse sonho. Segundo ela, “eu não teria condições de elaborar as histórias e escrever como escrevo hoje sem o trabalho no jornalismo”.
Sobre o livro
Definido pela autora como uma “ficção social com pinceladas de realismo mágico”, o romance narra a saga de Charlie desde as terras vermelhas da fictícia Sabugal da Serra até os difíceis desafios nas ruas da Capital. Os “anos de chumbo”, época da ditadura militar no Brasil, e a instabilidade mundial no século XXI permeiam o plano de fundo da obra. “Esse período sob o regime militar, no livro é um pano de fundo, mas mostra o que isso pode fazer com toda uma geração, como a minha, que cresceu naquela época”, comenta.
A história fala de Charlie, filho mais novo de uma família humilde, que enfrenta o preconceito racial e as desigualdades sociais em uma jornada pela literatura e pelas artes plásticas na busca de respostas para a existência humana
“O personagem se aproxima de um anti-herói que busca na leitura e na solidão as respostas para suas dores e, também, para seus questionamentos sobre a existência humana. Ao mesmo tempo ele, por meio da arte, procura contribuir para transformar e tornar o mundo melhor”, diz Jalmelice Luz.
O título, Noites Pretas é uma referência ao fato do personagem ser uma pessoa notívaga. “Ele encontra nas noites sem lua o espaço para dar vazão às suas ideias, aos prazeres e terrores noturnos” explica a autora. A autora brinca com o tempo, envolvendo o leitor no vai-e-vem dos aprendizados e das surpresas vividas por Charlie, nome escolhido pelo pai em homenagem ao saxofonista americano Charles Parker (1920 – 1955).
Serviço:
Lançamento do romance Noites Pretas e sessão de autógrafos com Jalmelice Luz
Data: 29 de junho de 2017
Horário: 19h
Local: Foyer Augusto de Lima do Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420 – Centro – Belo Horizonte/MG).
