Semente da Felicidade, AA de Santa Tereza - Santa Tereza Tem
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Semente da Felicidade, AA de Santa Tereza

Semente da Felicidade, AA de Santa Tereza, auxilia a recuperação de dependentes do álcool

À Rua Eurita, 471, funciona o grupo dos Alcoólicos Anônimos (AA) de Santa Tereza,  Semente da Felicidade, um ponto de apoio para a família e dependentes do álcool, não só para pessoas do bairro, mas de toda a região.  Uma sala simples, mas repleta de solidariedade, compreensão. Quem vive o alcoolismo e suas consequências nefastas tem ali um espaço para compartilhar a ansiedade, os sentimentos e as dificuldades em vencer o vício. Recebem atenção, carinho, apoio, palavras encorajadoras e estímulos pelas conquistas que se sucedem a cada dia. Tem ainda a certeza do anonimato e de que não será estigmatizado por suas deficiências.

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AA de Santa Tereza, Grupo Semente da Felicidade Foto: Eliza Peixoto

Segundo um dos participantes, P.L. (por motivos óbvios só usaremos as iniciais dos entrevistados) o espaço é igualitário e democrático. Uma das premissas é: “o que você vê e escuta aqui, quando sair deixe que fique aqui”. Isso preserva a identidade e a dignidade do participante.  O único requisito é que a pessoa queira parar de beber e se manter sóbrio.

Ele explica ainda que “o AA não tem ligação com religião ou partidos políticos. Não existe um chefe, não existe governança, ninguém manda e todos obedecem. Uma democracia mais que perfeita”.

Outro ponto importante segundo P.L é que no AA “aprendemos a conhecer a gente mesmo, a entender que o alcoolismo é uma doença e a conciliá-la com o convívio social. Sofremos de uma doença incurável, mas que pode ser mantida sob controle”.

Histórias de fracassos e superação

Lá conversamos com algumas pessoas, que viveram situações extremas do vício, perdendo a família, o trabalho e sua dignidade e deram a difícil volta por cima com o suporte emocional do AA.

P.L começou a beber na adolescência, aos 14 anos. Já adulto via a vida passar em meio a situações insustentáveis com a família, os amigos e no trabalho.  Junto com o álcool vieram as drogas. “Pedi ajuda, me sentia louco. Ingressei no AA em 2001. Parei de beber, mas recaí em 2004 . Em 2006, me sentido muito mal, voltei. Fui bem recebido, cuidado e orientado. Abandonei os vícios, inclusive do cigarro. Aqui encontrei o sentido da vida, abandonei as ideias suicidas e estou reconstruindo a autoestima. Hoje não sou um estorvo na vida das pessoas.”

Q.M.G, 55 anos começou a beber em torno dos 18 anos. “Comecei aos poucos e com o passar do tempo a necessidade do álcool foi só aumentando. Daí passei também para o crack. A coisa piorou, quando meu namorado foi preso e morreu na prisão. Aí sofri um AVC. Meses no hospital com sequelas do AVC e sofrendo pela abstinência do álcool e a fissura  docrack. Vim para o AA em 2011 e fui recebida com carinho e amor. Encontrei pessoas iguais a mim, dependentes cruzados (álcool e drogas). Não era só eu perdendo emprego, a família, a vida. Senti que poderia conseguir vencer também.  Hoje sou outra pessoa, apesar das sequelas deixadas, pelo AVC e pelo alcoolismo”.Ela completa sua história, sorrindo e dizendo,  “O AA foi minha libertação”.

J.S.S, 50 anos, comenta que “temos defeitos como todas as pessoas, mas que são potencializados pelo álcool. É uma doença democrática, que não escolhe posição social, raça, cor ou ideologia. Atinge também os familiares, pois vêm as brigas, agressões e desestruturação da família.  Eu perdi o caminho da vida e quando corri o risco de perder minha esposa caí na real. Por meio de um amigo, que é também da irmandade vim para o AA.  Depois disso aceitei que sou doente, alcoólatra.  Faz sete anos que frequento as reuniões e depois disso as coisas voltaram ao normal. Mas é preciso estar sempre vigilante”.

Ele explica que “com as experiências dos outros conseguimos superar nosso problema. Conversando entre a gente, a vontade de beber passa. Hoje tenho segurança de seguir a vida. É claro que fica sempre aquela desconfiança da família e o temor de que a gente tenha uma recaída. Mas a gente segura a barra.”

 Alcoólicos Anônimos em Santa Tereza

Em Santa Tereza, o Grupo Semente da Felicidade, que faz parte do AA, dá suporte emocional às pessoas que procuram a sobriedade e ajuda pra se livrar do vício.

As reuniões são realizadas as segundas, quartas e sextas, às 19h30h, à Rua Eurita, 471. Não precisa de inscrição, basta chegar com a vontade de largar a bebida, que é recebido de braços abertos.

O que é o AA

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Há 81 anos, o AA foi criado nos Estados Unidos, por dois alcoólatras, um médico e um corretor da bolsa de Nova Iorque. Com os bons resultados, a experiência espalhou. Existe em quase todos os países do mundo e está no Brasil desde 1945. Na AA não são cobradas taxas nem mensalidades, sendo que a única exigência é o desejo de abandonar a bebida.

Agrega homens e mulheres, que compartilham suas experiências, se confortam e têm como objetivo se recuperarem do alcoolismo, manterem-se sóbrios e ajudar outros alcoólatras.

Ninguém declara endereço ou profissão, classe social ou poder econômico, ideologia política ou crença religiosa e seus membros são protegidos pelo mais absoluto anonimato.

Suporte às famílias

Quando há um alcoólico na família as relações familiares ficam seriamente desequilibradas. Para ajudar a refazer os laços quebrados foi criada a Al- Anoon, que dá suporte emocional aos familiares para compreenderem melhor a doença e enfrentarem a situação.

Em Belo Horizonte, a Al-Anoon funciona à Rua Espírito Santo, 1059, sala 04 centro. Tel. 3222.4425.

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