Os amigos e fãs do ator e diretor Carl Schumacher poderão se despedir dele, amanhã, terça-feira, quando será realizado o velório, a partir das 9hs, no Cerimonial da Santa Casa, à Rua Domingos Vieira, 607, Santa Efigênia. O sepultamento será às 14hs no Cemitério da Paz.
Carl encantou-se no domingo, de forma repentina, em sua casa, em Contagem, causando triste surpresa a seus amigos e admiradores.
Eu o conheci, quando ainda trabalhava no jornal Estado de Minas, nas décadas de 80 e 90, e ele, um jovem de barba e cabelos vermelhos e bom de riso aparecia sempre por lá para divulgar as peças de teatro em que ele atuava ou dirigia. Alegre, brincalhão, tinha sempre um caso engraçado pra contar.
Lembro-me do nome de algumas montagens como Joãozinho e Maria, Pluft, o fantasminha, Chapeuzinho Vermelho com Raiva, A onça e o bode, A Galinha Ruiva, A galinha dos ovos de ouro, Cinderela, Os três porquinhos, entre as infantis, que povoavam a imaginação das crianças daquela época. Entre as montagens para o público adulto me vem à memória Dura Lex, Sed Lex, no Cabelo só Gumex e Rasga Coração, ambas de Oduvaldo Vianna Filho, Me Chama de Clark Gable que eu te chamo de Gary Cooper, Amor de Vampira, Entre Quatro Paredes, de Jean-Paul Sartre, Desejos de Afrodite e A Guerra do Sexo, adaptado de “Lisístrata”, de Aristófanes.
Mais tarde sai do jornal e o Carl foi para o Rio e São Paulo trabalhar na televisão, no SBT, Rede Globo e na Bandeirantes em novelas e diversos programas humorísticos. Então perdemos o contato. Ainda não havia as redes sociais, que tornam o mundo pequeno e facilitam a comunicação entre as pessoas, não importa a distância.
A última vez, em que estive com o Carl, foi aqui, em Santa Tereza, em dezembro de 2014, quando ele, de volta a Belo Horizonte, depois de 10 anos fora, encenou a comédia Abstinência: a engraçada greve da indecência, no Ideal Café Teatro ou o Ideal Clube de Santa Tereza, à Rua Estrela do Sul. Na época ele me explicou que a escolha do Ideal para a apresentação se devia à simbologia do local, que criado em 1947, foi palco de diversas montagens e aulas de teatro em seus dias de glória. E que para montar a peça ele utilizou todo o espaço Ideal cenicamente, com quatro palcos, escadaria e uma passarela de 10 m de comprimento.
Em sua carreira como dramaturgo e cantor lírico, ele participou de dezenas de montagens, não só teatrais, mas também de óperas e musicais. Como autor escreveu mais de 70 peças e também atuou em filmes, novelas e programas humorísticos. Atualmente, ele estava preparando a remontagem do espetáculo Amor de vampira, um dos seus grandes sucessos de público que em 2016, comemora 30 anos.
Valeu Carl!
