Praça em lugar dos blocos recebe multidão - Santa Tereza Tem
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Praça em lugar dos blocos recebe multidão

Praça em lugar dos blocos recebe multidão em evento espontâneo, no sábado e domingo

Texto e fotos: Larissa Gomes

ambulantes

Dezenas de ambulantes lotam a rua

As restrições feitas pelo Ministério Público, a pedido de alguns moradores do bairro, com apoio da prefeitura e da Polícia Militar, reduz e muito o Carnaval do Santa Tereza. Os blocos, apesar de não estarem proibidos, enfrentam restrições como horário de 19h, quando o sol ainda está brilhando, e a questão da concentração e parada nas praças. Com isso, muitos estão preferindo outros bairros que, por alguma razão obscura, não enfrentam as mesmas regras.

Por outro lado, eventos espontâneos, que não se encaixam no Carnaval ou qualquer outra ocasião, acontecem sem qualquer apoio logístico. Na época do Carnaval é muito comum que as pessoas queiram se divertir e extravasar. No entanto, como ocorreu nos dias 30 e 31 de janeiro, quando isso é feito sem apoio e organização, o direito de um, interfere no de outro.

esta armazém

Multidão na Rua Mármore em frente a bar

Grande extensão da Rua Mármore e da Praça Duque de Caxias foram ocupadas por dezenas de vendedores ambulantes, carros de som em volume alto e um público, que simplesmente não cabe no espaço. Alguns bares na Rua Mármore vão contra legislação, ocupando,  muito além do permitido nas calçadas, com público nas ruas. Estes bares simplesmente não comportam seu público, sem ter mesmo banheiros adequados. Sem banheiros, as pessoas urinam no chão. Sem lixeiras, garrafas e lixos se espalham por todo lado. Os canteiros e a grama da Praça, que estão sendo cuidados inclusive por particulares, apesar da proteção, vai sentir o evento de hoje, pois devido ao grande número de pessoas, as grades estão sendo derrubadas sobre eles.

As excessivas limitações impostas ao Carnaval  de Santa Tereza, que sempre foi tradição no bairro, tiram os blocos, mas eventos espontâneos não enfrentam qualquer restrição, mesmo com adolescentes bebendo e motoqueiros fazendo acrobacias em ruas lotadas.  É possível pensar que, se tivéssemos tendo Carnaval aqui, todos estariam nos blocos, com as regras que acompanham, e a dispersão pelas ruas, ao invés de concentrados em um local só. O resultado: ficamos sem Carnaval, ficamos sem Praça, e as pessoas que só queriam poder se divertir são visadas como a origem do problema.

Nota-se que o direito de ir e vir é garantido pela Constituição. Exceto pelos adolescentes bebendo bebidas alcoólicas, os motoqueiros arriscando a vida de outros, as pessoas urinando nas ruas e o potente som dos carros, não há ilegalidade aqui. Mas sem apoio logístico (banheiros químicos, fechamento de ruas, policiamento, segurança e lixeiras), esses eventos trazem somente a ressaca do dia seguinte e garantem aos moralistas de plantão sua posição privilegiada.

Texto e fotos: Larissa Gomes

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