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Doodle do Google homenageia Zuzu Angel

Doodle do Google homenageia Zuzu Angel, estilista mineira, criadora da identidade da moda brasileira e símbolo da luta das mães que perderam seus filhos durante o regime militar no Brasil

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Zuzu Angel

Zuzu Angel, Zuleika de Souza Netto, nasceu em 05 de junho de 1921, em Curvelo, porta de entrada do sertão mineiro. Ficou conhecida no Brasil e no exterior, pelo seu trabalho criativo, em que procurou colocar as cores, os tecidos, rendas, pedras preciosas e desenhos, enfim a identidade brasileira na moda.

De acordo com um texto transcrito da página do Instituto Zuzu Angel, “A vida da mineira Zuzu Angel, que viveu numa época em que estilistas famosos só eram homens como Yves Saint Laurent e Dior, foi provar que a identidade brasileira jamais se perderia dentro da globalização cultural. 

zuzu REPRODUÇÃO-HARPERS-BAZAAR-2Mesmo assim, a costureira, que não gostava de se rotular estilista, mostrou entre rendas cearenses e jogos de cores irresistíveis em estampas, o valor da  moda brasileira. Quase como uma vidente, desde os anos 60, Zuzu já acreditava, sem nacionalismo bobo, na invasão e no valor da moda nacional. 

Sua roupa, como poesia pra se vestir, tinha características baseadas no tropicalismo brasileiro com estampas de chita, vestidos inspirados em Maria Bonita e Lampião, estampas de anjinhos sobrevoando as nuvens, xadrezes com padrões singelos de cores e formas, pássaros e florais com releituras naif.” 

Ficou conhecida também por sua luta incessante como mãe, em uma busca sem limites pelo direito de enterrar o corpo de seu filho, o militante político Stuart Angel Jones, morto durante a ditatura militar. Preso em 14 de abril de 1971, Stuart foi torturado e dado como desaparecido pelas autoridades brasileiras.

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Modelo exposto na Ocupação Zuzu, em 2014, em São Paulo – reprodução / Harper’s Bazaa

Nesse período de dor, Zuzu não se calou e denunciou de todas as formas possíveis e por meio de suas criações as torturas e as violações dos direitos humanos no Brasil, apesar de, naquela época, o Brasil estar sob censura e nada poder ser criticado do governo, tanto no país quanto no exterior. Por isso foi ameaçada e intimidada.

Nessa época, ela criou uma coleção e realizou, no consulado brasileiro em Nova York, burlando a censura, um desfile em que havia fitas pretas, pássaros pretos, sol quadrado, canhões, manchas vermelhas, e anjos engaiolados.

A busca pelo corpo do filho terminou, em 14 de abril de 1976, ao morrer em um acidente de carro no Rio de Janeiro. O temor de que as ameaças anônimas que vinha recebendo se concretizassem fez com que enviasse cartas para vários amigos, alertando que se algo lhe ocorresse, mesmo parecendo acidente, seria assassinato e a responsabilidade deveria recair sobre “as mesmas pessoas que mataram o meu filho”. Fato confirmado em 1998, quanto o governo brasileiro reconheceu que ela fora vítima de atentado político e não de acidente de carro. O corpo de Stuart nunca apareceu, mas em depoimento de dois militares à Comissão Nacional da Verdade, em agosto de 2013, confirma o assassinato dele pelas forças de segurança e seu corpo jogado no mar.

Sua vida foi levada para as telas de cinema, “Zuzu Angel”, com direção de Sérgio Rezende, em 2006, tendo a atriz Patrícia Pilar como protagonista, Leandra Leal, Daniel Oliveira, como Stuart e Oton Bastos. Saiba mais sobre o filme no site

Em homenagem https://www.interfilmes.com/filme_15887_Zuzu.Angel.html sua luta Chico Buarque e Miltinho do MPB4 fizeram a canção Angélica:

https://www.youtube.com/watch?v=68J1BcFJ5IU

Informações: www.institutozuzuangel

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