Artigo: Recado para Marilton - Santa Tereza Tem
Logo

Artigo: Recado para Marilton

Marilton 1 copyEm uma noite que se distancia no tempo, em Santa Teresa, a velha Santê, bairro boêmio onde nasceu o Clube da Esquina, de bares e botecos charmosos, depois de atravessar o viaduto desembarquei no Marilton’s Bar, onde me encontrei com o velho amigo Marilton Borges e sua companheira Tatá Borges.

Estava programado um show de Gabriel Guedes, artista de primeira grandeza. Na primeira meia hora uma apresentação de choros do avô do Xexéu, o velho Godofredo Guedes, pai do Beto. Na meia hora seguinte Gabriel ao teclado tocando grandes clássicos da música erudita.

Apos o descanso, que ninguém é de ferro, a pedido do artista todas as luzes do bar foram apagadas e em cada mesa acesa uma vela e colocada uma rosa vermelha. Gabriel brindou os presentes com uma apresentação ao teclado acompanhado de um quarteto de cordas. Pérolas de Jobim, Clube da Esquina, Caymmi, Cartola e Ellis. Espetáculo mágico e um silêncio pouco comum. Belo Horizonte, cidade onde o público não costuma aplaudir aos artistas, que fazem mais amenas e românticas as nossa noites, nesse dia se mostrou diferente. Por muito tempo Gabriel Guedes foi aplaudido de pé.

Marilton borgesDo outro lado da rua, Marilton Borges, a luz da lua, deixou cair lágrimas discretas. No céu uma lua cheia me deu a impressão de ter parado por alguns segundos e as estrelas piscavam mais forte. Santê continua hospitaleira e boêmia, mas o Marilton’s Bar não existe mais. Em seu lugar apenas muitas saudades. Por que o que é bom tem de durar pouco. Recentemente me encontrei com o Marilton e a Tata, nascendo daí este desabafo,

Quem sabe Marilton, já é hora de voltar? Ainda que em outra esquina ou lugar! 

Anúncios