Ainda vai demorar para o público desfrutar o espaço já restaurado do antigo Cine Santa Tereza, que deixou boas lembranças em muitos corações e memória dos moradores do bairro. O local terá de passar por algumas obras de readequação para receber os equipamentos e mobiliário necessários, que irão compor os diversos ambientes.
A informação é de Gilvan Rodrigues do Santos, chefe de departamento do Centro de Referência Áudio Visual (Crav), que faz parte da Fundação Municipal de Cultura, e irá gerenciar o espaço.
Apesar de já haver uma placa na porta do imóvel, identificando-o como Centro Cultural Santa Tereza, o nome será mudado para Cine MIS Santa Tereza. Segundo Gilvan Santos, o nome foi pensado de forma a valorizar o patrimônio histórico e cultural do local e dos cidadãos do bairro. “Respeitamos assim o patrimônio histórico, já que o cinema foi origem do local. Associamos também o nome do bairro. Adicionamos a sigla MIS (Museu da Imagem e do Som), pelo fato do espaço funcionar como um braço do Crav, o Centro de Referência Áudio Visual,” explica Gilvan.
O local vai contar, além é claro da sala de cinema, com uma cafeteria, uma biblioteca de 100m² e uma sala multimeio com 120 lugares, onde serão realizadas exposições, mostras, palestras, seminários, oficinas, apresentações teatrais e shows.
Em relação à cafeteria Gilvan explicou que será feita uma licitação no início de 2015, dentro de um padrão em que se respeitará a estrutura existente, a comunicação visual, o que será ofertado para o cliente e adequando-se a elementos históricos como bomboniere e carrinho de pipoca.
Segundo ele, será preciso fazer também adaptação para que os equipamentos de projeção de filmes sejam instalados. “Esses equipamentos, entre eles um projetor digital, custam em torno de R$ 1 milhão. Será readequada a estrutura da circulação de ar, alimentação elétrica e a cabine de projeção. No momento, estamos junto com a empreiteira realizando a fiscalização pós obra, para ir consertando aquilo que não ficou adequado,” comenta Gilvan.
Para deixar o local pronto Gilvan diz que foram solicitados os recursos necessários à Junta Orçamentária da Prefeitura. Já foram liberados 250 mil que é para o mobiliário, parte da biblioteca, equipamentos básicos. Uma segunda solicitação de mais 900 mil está em fase de análise e serão destinados à compra dos equipamentos para a projeção de filmes.
Para definir como será a gestão do Cine MIS Santa Tereza estão sendo feitas reuniões entre Gillvan, já que o CRAV será o gestor, entidades e grupos representativos do bairro. Duas reuniões, segundo ele, já foram feitas com representantes da Associação Comunitária do Bairro Santa Tereza, Associação dos Amigos de Santa Tereza e do movimento Salve Santa Tereza, visando estudar a melhor forma de uma gestão compartilhada entre o CRAV e a comunidade, por meio dos representantes das associações e movimentos, diz ele.
De acordo com João Bosco Queiros, presidente da Associação Comunitária do Bairro Santa Tereza (ACBST), “o cinema é um bem público do bairro e da cidade e é preciso que o diálogo entre o poder público e a comunidade seja permanente. É preciso, então, criar instrumentos legais que garantam a participação comunitária independente de mudanças de governo.” Para isso, de acordo com o orientado pelo representante do CRAV, está sendo preparado um ofício, que será encaminhado à Fundação Municipal de Cultura, a qual o CRAV pertence, solicitando a garantia desse instrumento de participação popular.
O Crav cedeu o espaço para que seja realizada, na segunda, 24 de novembro, a Assembleia Geral, organizada pela Associação Comunitária, para debater temas de interesse do bairro como toda comunidade.
Fotos do cinema: crédito: Ricardo Costa (Crav)
Matérias relacionadas
Assembleia Geral dos moradores de Santa Tereza
O Conde de Monte Cristo no Cine Santa Tereza
