Festa na Rua Norita: Confraria São Gonçalo - Santa Tereza Tem
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Festa na Rua Norita: Confraria São Gonçalo

“Aqui não é bar. É confraria.” Este aviso na entrada do que antes fora uma garagem e uma loja de xérox, desperta a curiosidade de quem passa pela  Rua Norita. É a Confraria São Gonçalo, que com  espírito de irmandade, teve início, há três anos, com a reunião de alguns amigos.  Com o tempo, o pequeno grupo foi aumentando e atualmente reúne entre trinta a quarenta pessoas, todas as segundas-feiras, a partir das 19 horas.

A missão prazerosa desde encontro é d ouvir serestas, sambas canção, chorinho e degustar um tira gosto no capricho, uma cervejinha, ou o que cada um quiser trazer. Nada é vendido e toda ajuda é bem vinda, até na arrumação das mesas no passeio e se for preciso na rua.

 O casal Lincoln Duarte Tertualiano e Déa Nice de Sales são os anfitriões. Sorredentes e amáveis, casados há vinte anos, não escondem os gestos de carinho, enquanto conversam de mãos dadas.

Os anfitriões Andrea e Lincoln

 “A confraria surgiu logo que Déa foi submetida a uma cirurgia cardíaca e ficou internada por seis meses no CTI. Quando ela voltou para casa e estava se recuperando, os amigos se reuniram para dar as boas vindas e alegrá-la com muita música. Assim começou a confraria”, revela Lincoln.  Para ele, o surgimento da confraria foi baseado no restabelecimento da esposa. Déa sorri e confirma a satisfação do encontro, que já se tornou tradicional ‘faça chuva ou faça sol’.

Hoje são 12 músicos, tocando viola, acordeão, pandeiro, flauta, violão e cavaquinho. Além de moradores, a confraria congrega membros de outros bairros de Belo Horizonte. Os participantes mais antigos vão trazendo novos amigos e pouco a pouco o grupo aumenta. Além disso, não é raro alguém passar, entrar pensando ser um bar e se juntar à festividade.

João Batista, também morador da Rua Norita, frequentador desde o início, confessa que o bom mesmo é o bate-papo. Ele relembra que o grupo há algum tempo estava organizando uma viagem a Portugal para tocar em homenagem a São Gonçalo. A viagem ainda não aconteceu, mas os planos permanecem.

joão Batista

Aliás, na confraria os santos, plaquinhas com dizeres bem humorados, fotos dos convidados se misturam nas paredes, sem que nada pareça pagão. “Antigamente, entregava-se o Troféu São Gonçalo, uma medalha com emblema da confraria, a quem vinha tocar”, conta Lincoln. Mais de vinte pessoas receberam o troféu, entre elas Chico Lobo e Pereira da Viola. 

As paredes da garagem são cobertas por fotografias e quadros

Déa, a inspiração da confraria, segue firme, apesar dos problemas de saúde. “É teimosa a Déa”, comenta outra integrante do grupo. A depender dela e de todos os confrades, a confraria também seguirá como um encontro aguardado, sempre aberto a novos amigos, para tocar, trocar um dedo de prosa e fazer o início da semana mais alegre.

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